Tive uma colega que sempre safou-se às cadeiras de programação por causa do namorado. Era ele que ajudava nos projectos ou o mais provável era ele a fazer-lhe. Era raro ela meter os pés nas aulas e mesmo assim conseguiu fazer as cadeiras. Ainda lembro-me de uma das aulas práticas que ela tinha resolvido em aparecer. Ficamos ao pé uma da outra e mesmo assim ela não sabia fazer coisas básicas. E fui eu que estive ajuda-la para ela conseguir acompanhar a aula. Mas o mais irónico disso é que ela tinha passado a outra cadeira que vinha depois daquela, muito mais avançada. E fiquei a matutar como é que ela conseguiu fazer a outra cadeira sem perceber estas coisinhas básicas, ela precisava de saber isto para conseguir fazer. E ela própria admitiu! Que também não sabia como passou às cadeiras porque não percebe nada daquilo e mesmo que acabasse a licenciatura não ia trabalhar para nenhuma área do curso, por não perceber nada. Foi dito e feito! Ela acabou o curso e arranjou um emprego como recepcionista.
Só lá para Outubro é que ela foi para a empresa do gajo deste post, como programadora. Lá o rapaz meteu-a na empresa, já que ele andava a procura de alguém para meter lá e foi ela a escolhida. Não digo que foi uma má escolha nem nada. Só que isto fez-me pensar.
Eu sempre tive pensamentos negativos sobre mim que não ia conseguir dar conta do recado. Mas ao contrário dela, tive que trabalhar bastante para conseguir passar às cadeiras de programação, não tive ajuda de ninguém e fui eu que fiz os projectos sozinha. E foi graças a esse trabalho árduo que hoje sei programar. Orgulho-me por ter passado às cadeiras a saber a matéria e o mais importante de ter aprendido ao contrário de muitos, inclusive ela, que passam sem saber. E mesmo sem saber ela conseguiu arranjar emprego e ainda continua lá e isso faz-me acreditar que eu também consigo. Se ela conseguiu então porque raio eu não vou conseguir?
Sei precisamente como te sentes. Tive uma colega do curso que marrava como uma louca, tinha boas notas nos testes porque decorava tudo, mas passado uns tempos, se lhe perguntasses alguma coisa da matéria, mesmo a mais básica, não sabia. Isto porque ela não aprendeu, antes decorou as coisas. Há muita coisa que eu ainda não sei se perguntada de repente, mas tenho sensibilidade jurídica e sem dizer, mais ou menos, como as coisas devem ser. No a 4.º ano do curso, surgiu a oportunidade de fazermos um pré-estágio e adivinha quem foi uma das escolhidas? Pois, foi ela, porque a pessoa escolheu os alunos pelas notas e, pelo que percebi, acabou por ficar nesse escritório a estagiar. Eu também consegui estágio e passei à primeira nos exames de aferição da ordem, mas há sempre aquele sentimento. Agora é "bola prá frente" e continuar a trabalhar!
ResponderEliminarR: Já estou melhor, obrigados =) (mas os efeitos secundários da medicação estão a deixar-me "doente" hehe). ****