terça-feira, 30 de março de 2021

É triste as pessoas desvalorizarem a saúde mental e não darem o devido valor. Com tanta informação que está disponível em apenas um clique, as pessoas tendem a não querer tentar perceber o que a saúde mental consiste.
A depressão não se cura com uma saída para os copos e a ansiedade não se resolve com a famosa frase "mantém-te calma que vai tudo correr bem". O estigma que criou-se à volta disto é preocupante. Muitas doenças mentais são invisíveis, mas só por não se ver não quer dizer que não esteja lá. Quando o nosso cérebro não produz as propriedades suficientes para o nosso bem estar, somos vistos como uns maluquinhos com uma faca prontos atacar tudo o que apareça à frente.
É triste ver pessoas há minha volta, que não percebem a minha doença mental e pensam que com uma formação que o meu cérebro vai mudar e deixar de ser hiperativo. Se as coisas fossem assim tão simples não existiam terapeutas e nem medicação. É triste de se ver que as pessoas não querem educar-se e preferem agarrar-se a estereótipos. 

quarta-feira, 24 de março de 2021

Cuidado com os malucos que andam por aí

Alguns anos atrás, um ex colega de faculdade começou do nada a falar comigo. Já tinhamos terminado o curso há bastante tempo. E eu, inocentemente dei-lhe conversa e até marcamos um café.
Durante esse tal café, fez perguntas que na altura não vi como um alerta, tal como, se queria casar ou ter filhos. E de toda a vez que falávamos, perguntava sempre a mesma coisa, "Se queria ter filhos, casar e etc...".
Sentia uma pressão por parte dele sobre estes tópicos. Parecia-me um desesperado para constituir família. E dessas perguntas, surgiu outra que deixou-me bastante desconfortável. Perguntou-me se era boa nas lida doméstica e se trava bem da casa. Isso deixou-me logo de pé atrás. Pensei para comigo, porquê raio ele quer saber isso!?
Mas entretanto, ele deixou-me de falar e vim a descobrir que ele reatou a relação com a ex-namorada, que tinham acabado umas semanas antes de ter começado a falar comigo.
Não fiz caso e como não tinha interesse, não quis saber.
Passou vários anos, e agora, assim do nada, voltou a falar comigo como se nada fosse. E previ logo, que a relação tinha acabado. Ela deixou-o 3 meses antes do casamento. Cá no fundo, a minha intuição deu-me um sinal de alerta. Tive a sensação de que tinha de ter cuidado com ele e que a moça só fez bem em ter dado com os pés.
E com as conversas que tivemos, confirmou-se aquilo que suspeitava.
Chegou a confidenciar-me que tinha relações sexuais com a companheira e que imaginava que era outra pessoa. Não foi uma ou duas vezes, foram várias vezes! Isso deu-me uma repulsa de nojo! Usou-a como se fosse uma "boneca insuflável", enquanto imaginava outras. Acho que esta parte deveria dizer muito do tipo pessoa que ele é. E fiquei muito contente por ela ter dado com os pés a este nojento.
Durante as conversas quis tentar perceber os valores éticos e morais dele e quis debater vários problemas que há na sociedade. Tais como, a violência contra a mulheres, a descriminação, o racismo e a gordofobia. 
Queria ter a certeza que tipo de pessoa ele é.
E ele mostrou ser um nojo de pessoa. Mostrou ser racista, machista, gordofóbico e muito mais.
Descreveu as pessoas gordas, como pessoas que só comem "porcarias" e não se mexem. Chamou-as de invejosas, por dizerem que tem dificuldades em encontrar roupa e que só encontram tamanhos pequenos. E começou a julgar os outros, a impor pensamentos e ações  sem ouvir e sem compreender. Ele acredita que no mundo não há privilegiados, e levou a minha opinião a peito, não ouviu e levou como um ataque. É tanto que começou a envolver tópicos sem nexo. E deixou de ser um debate.
Acusou-me de estar a querer passar a mensagem de coitadinhos e de não fazer nada por essas pessoas e que cada um deveria lutar para terem o que querem. Usou várias vezes o termo "se estás mal, muda-te!", nas situações de gordofobia, do racismo e da violência das mulheres. 
Chamou de medricas às mulheres que saem a noite e que tem medo de ser violadas! Que vivem no medo, e que coisas más acontecem a qualquer um. Desvalorizou a situação do assédio sexual que muitas mulheres sofrem e entre outras coisas mais.
Senti o seu ser superior de não querer saber dos problemas alheios e nem de se educar e tentar ver o que poderá ser feito para melhorar. 
Posso não ter explicado da melhor forma, ou não ter utilizado os termos certos para tentar explicar a opinião. Queria saber a posição dele sobre estes tópicos e tentar desconstruir os preconceitos e os estereótipos da sociedade. Senti mal compreendida, mas também senti resistência por parte dele. Sei que deveria ter sido mais severa e chamado atenção quando ele disse aquelas barbaridades. 
Disse-me que deveria arranjar uma solução para "arrumar" a minha vida e deixar essas coisas de lado, e fez-me julgamentos, que não vou "arrumar" porque estou embrulhada nestes tópicos sem interesse. 
A conversa descarrilhou de tal modo que achei por bem bloqueá-lo de todas as minhas redes sociais. Mas antes disso, deixei um artigo, com a esperança que coloque uma sementinha naquela cabeça oca.
Quis contar esta experiencia aqui, porque este moço no tempo da faculdade pareceu-me ser outro tipo de pessoa do qual descrevo aqui. E é importante estarmos atentos a esse tipo de homens, para livrar-nos destas bestas a tempo, antes que seja tarde de mais.
Este moço, Fábio Martins, é um pesadelo para qualquer mulher. Tenham cuidado! Se conhecerem alguém com o mesmo nome, estudem e verifiquem que não é este que está aqui descrito.

 

segunda-feira, 8 de março de 2021

Dia da Mulher

Temos que relembrar do nosso passado e pelo sofrimento de muitas mulheres que lutaram pelos nossos direitos e pelos progressos conseguidos. E relembrar também que a luta ainda continua. Infelizmente, ainda existe muita descriminação. Temos poucas mulheres como lideres, as mulheres continuam a ganhar muito pouco em relação aos homens, o índice de desemprego é maior no sexo feminino e existe ainda muito mais coisas. Se tivermos um homem e uma mulher a executarem a mesma função sem diferença nenhuma, o homem é o que ganha mais no ordenado salarial do que a mulher. Isto ainda existe nos dias de hoje. E é neste dia que temos que falar sobre estes assuntos e não oferecer flores ou os maridos fazerem o jantar como celebração. Não é isso que se trata! As flores deveriam ser oferecerias todos os dias e não só neste dia! Fazer o jantar e ajudar nas lidas domésticas deveria ser todos os dias e não só neste dia!
Este dia não se trata disso mas sim da igualdade e dos direitos. É neste dia que temos que educar-nos e falar sobre o assunto para educar o próximo. Falar sobre os nossos antepassados e dos problemas que enfrentamos.
É lutar pelos nossos direitos, de uma igualdade salarial, de sentirmos seguras quando sairmos à noite e muito mais.
Quando comecei à procura do 1º emprego, os entrevistadores fizeram-me perguntas bastante impróprias, tais como, se tinha namorado, se queria formar família, se pensava daqui uns anos ter filhos. Isto é descriminação e um problema. E não só aconteceu comigo! Uma ex colega minha que andava a procura  de um emprego melhor e os entrevistadores chegaram a dizer que o emprego não era adequado para um pessoa com filhos porque precisava de alguém dedicado a tempo inteiro para aquela função. A descriminação continua! E não é oferecer uma flor que irá resolver isso. Este dia serve para relembrar-nos que ainda há situações de descriminação e que a luta continua por direitos iguais.
É um assunto que temos falar e combater porque ainda há  descriminação, muito machismo e misoginia.