quarta-feira, 24 de março de 2021

Cuidado com os malucos que andam por aí

Alguns anos atrás, um ex colega de faculdade começou do nada a falar comigo. Já tinhamos terminado o curso há bastante tempo. E eu, inocentemente dei-lhe conversa e até marcamos um café.
Durante esse tal café, fez perguntas que na altura não vi como um alerta, tal como, se queria casar ou ter filhos. E de toda a vez que falávamos, perguntava sempre a mesma coisa, "Se queria ter filhos, casar e etc...".
Sentia uma pressão por parte dele sobre estes tópicos. Parecia-me um desesperado para constituir família. E dessas perguntas, surgiu outra que deixou-me bastante desconfortável. Perguntou-me se era boa nas lida doméstica e se trava bem da casa. Isso deixou-me logo de pé atrás. Pensei para comigo, porquê raio ele quer saber isso!?
Mas entretanto, ele deixou-me de falar e vim a descobrir que ele reatou a relação com a ex-namorada, que tinham acabado umas semanas antes de ter começado a falar comigo.
Não fiz caso e como não tinha interesse, não quis saber.
Passou vários anos, e agora, assim do nada, voltou a falar comigo como se nada fosse. E previ logo, que a relação tinha acabado. Ela deixou-o 3 meses antes do casamento. Cá no fundo, a minha intuição deu-me um sinal de alerta. Tive a sensação de que tinha de ter cuidado com ele e que a moça só fez bem em ter dado com os pés.
E com as conversas que tivemos, confirmou-se aquilo que suspeitava.
Chegou a confidenciar-me que tinha relações sexuais com a companheira e que imaginava que era outra pessoa. Não foi uma ou duas vezes, foram várias vezes! Isso deu-me uma repulsa de nojo! Usou-a como se fosse uma "boneca insuflável", enquanto imaginava outras. Acho que esta parte deveria dizer muito do tipo pessoa que ele é. E fiquei muito contente por ela ter dado com os pés a este nojento.
Durante as conversas quis tentar perceber os valores éticos e morais dele e quis debater vários problemas que há na sociedade. Tais como, a violência contra a mulheres, a descriminação, o racismo e a gordofobia. 
Queria ter a certeza que tipo de pessoa ele é.
E ele mostrou ser um nojo de pessoa. Mostrou ser racista, machista, gordofóbico e muito mais.
Descreveu as pessoas gordas, como pessoas que só comem "porcarias" e não se mexem. Chamou-as de invejosas, por dizerem que tem dificuldades em encontrar roupa e que só encontram tamanhos pequenos. E começou a julgar os outros, a impor pensamentos e ações  sem ouvir e sem compreender. Ele acredita que no mundo não há privilegiados, e levou a minha opinião a peito, não ouviu e levou como um ataque. É tanto que começou a envolver tópicos sem nexo. E deixou de ser um debate.
Acusou-me de estar a querer passar a mensagem de coitadinhos e de não fazer nada por essas pessoas e que cada um deveria lutar para terem o que querem. Usou várias vezes o termo "se estás mal, muda-te!", nas situações de gordofobia, do racismo e da violência das mulheres. 
Chamou de medricas às mulheres que saem a noite e que tem medo de ser violadas! Que vivem no medo, e que coisas más acontecem a qualquer um. Desvalorizou a situação do assédio sexual que muitas mulheres sofrem e entre outras coisas mais.
Senti o seu ser superior de não querer saber dos problemas alheios e nem de se educar e tentar ver o que poderá ser feito para melhorar. 
Posso não ter explicado da melhor forma, ou não ter utilizado os termos certos para tentar explicar a opinião. Queria saber a posição dele sobre estes tópicos e tentar desconstruir os preconceitos e os estereótipos da sociedade. Senti mal compreendida, mas também senti resistência por parte dele. Sei que deveria ter sido mais severa e chamado atenção quando ele disse aquelas barbaridades. 
Disse-me que deveria arranjar uma solução para "arrumar" a minha vida e deixar essas coisas de lado, e fez-me julgamentos, que não vou "arrumar" porque estou embrulhada nestes tópicos sem interesse. 
A conversa descarrilhou de tal modo que achei por bem bloqueá-lo de todas as minhas redes sociais. Mas antes disso, deixei um artigo, com a esperança que coloque uma sementinha naquela cabeça oca.
Quis contar esta experiencia aqui, porque este moço no tempo da faculdade pareceu-me ser outro tipo de pessoa do qual descrevo aqui. E é importante estarmos atentos a esse tipo de homens, para livrar-nos destas bestas a tempo, antes que seja tarde de mais.
Este moço, Fábio Martins, é um pesadelo para qualquer mulher. Tenham cuidado! Se conhecerem alguém com o mesmo nome, estudem e verifiquem que não é este que está aqui descrito.

 

3 comentários:

  1. Como é que ainda existem pessoas assim?
    Quando falo com algum que se mostra interessado digo logo que sou desarrumada e péssima dona de casa, assim quem espera arranjar alguém só para ser dona de casa bem podem desaparecer.
    Fiquei mesmo chocada como alguém pode ser tão sem pouco empático a este tipo de problemas da sociedade que são reais e graves.
    No meu trabalho estamos com 1 problema de stalker, e a minha colega está assustada e com razão, porque chegou ao ponto de descobrir onde era a casa dela.
    Não compreendo como há homens que pensam que nós não temos razão para ser vigilantes e ter medo.

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    1. É completamente assustador os casos de Stalker, de assédio e muito mais. Muita vezes a policia desvaloriza a situação e não dá o devido valor. E é por causa destas bestas que vivemos num medo constante.

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  2. Só a conversa de café levantou várias red flags. É chocante a falta de empatia e a desvalorização de temas tão reais. Por vezes pergunto-me se estarei a criar um medo infundado de homens e depois leio relatos como este e penso em quantos mais homens compactuam e participam neste tipo de comportamento. Os nossos receios são, sempre foram e cada vez mais são fundamentados

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